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Atreve-te a sonhar, mas não fiques por aí…

por aesperaparavoar, em 31.07.15

Um dia nós sonhamos e esses sonhos parecem-nos impossíveis. É como se vivessem no horizonte onde não temos a capacidade de chegar. Nós acreditamos nisso e vamos ficando, vamos-nos conformando em vez de lutar.

Com o passar do tempo esses sonhos vão ficando guardados, no coração, na memória, na vida que ficou por existir. Esperam. Esperam apenas uma oportunidade. Eles esperam que acreditemos neles, que os deixemos voar do casulo e acontecer. E por vezes somos nós que aprisionamos os nossos sonhos sem nos apercebermos, sem nos darmos conta que o impossível é apenas a desculpa que o nosso subconsciente arranja para nos poupar de lutar, de nos desafiarmos, de persistirmos, quando, na verdade, tudo isso é vida e faz parte dela. 

Atreve-te! Atreve-te a sonhar, mas não fiques por aí…

Ouve, não esperes nada de ninguém, nem que alguém faça por ti aquilo que tens de ser tu a fazer. Ninguém vai tomar certas decisões por ti. E esta é uma decisão que tens de ser tu a tomar.

Ouve, não desistas de ti. Não fiques à espera de chegar a algum lugar se tu própria insistes em ficar presa. Arrisca, e vive! Vive a vida que anseias viver. Desprende-te do passado, das memórias que insistem em deitar-te abaixo, dos comentários infelizes que ouviste, das lágrimas que choraste tantas vezes ao adormecer. Foi tudo uma lição. Foi graças a isso que hoje és forte o suficiente para mudar o rumo de uma história que não queres que seja a tua.

Ouve, eu sei que és capaz. Acredita em ti, porque tu és capaz. É incrível a força que temos dentro de nós e não sabemos. O poder que a nossa mente tem e ao qual não damos valor por não acreditarmos. Por isso, usa essas tuas capacidades. Arrisca. Nunca é tarde demais, sabes?!

E só mais uma coisa, não dependas de ninguém para ser feliz. Aprende primeiro a sê-lo sozinha e depois sim, partilha essa felicidade com quem te faz bem, com quem te ama e com quem tu amas. E sempre que tudo parecer estar a desabar de novo, sempre que o mundo parecer estar contra ti, ou até mesmo, sempre que te esqueceres do caminho a seguir, pára! Pára por uns instantes e pensa. Lembra-te, "desistir" é uma palavra que para ti não existe. E tu és mais forte do que imaginas, caramba, és uma lutadora!

 

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publicado às 17:15

Trilhos, trechos, traços

por aesperaparavoar, em 26.07.15

Poderia ter seguido tantos caminhos diferentes... outras escolhas, outros sentimentos, outras teimosias. Talvez essas tais outras escolhas me tivessem trazido sorrisos que até hoje não esbocei, ou então não. Talvez a vida que vivo tivesse sido sustida ou eu já não existisse sequer. Digo "talvez" porque, de facto, não posso garantir que mesmo outros caminhos não me trariam até aqui. Na verdade, de pouco adianta pensar, especular, tentar formar teses que serão sempre infundadas para me poderem levar a algum lugar. E eu gostava de ir, mas, vou ficando. 

Agora, carrego-a em mim, a mágoa. Esse tal sentimento tão pouco aprazível que muitos, e sobretudo, muitas, tentam desamparar. A propósito, desamparada define convenientemente como me sinto. E o mais incrível é que eu não me reconheço neste papel, nem me encontro neste livro triste cujo desfecho eu tento adivinhar, mas, não consigo. 

Desprendi-me de todas as amarras, fi-lo na vida, na alma, no todo que agora me condena. Questiono-me: Seriam essas correntes que me mantinham presa à Luz que parecia dar algum sentido à minha existência, tão singela, tão desapercebida?! 
Acusam-me de ser fria e, eu sei, tornei-me fria com o tempo, esse que por vezes é amigo e outras traiçoeiro. Ou somos nós que o somos?!
Caminho agora por lugares que nunca vi, onde nunca estive nem sequer em sonhos, sem evidências de chegar, onde quer que seja. Traços de uma loucura que se apodera de mim com um à vontade que não permiti. Devaneios meus, tão excêntricos que não poderiam passar disso mesmo.
Refugio-me no que me restou. Nesse pouco confundido com nada. Pequenos trechos de uma mulher que foi feliz, em tempos. 
Parei por uns instantes em frente ao piano e dei por mim a pensar há quanto tempo tinha desistido dele. Sempre foi um sonho da minha tia, que mo deixou em herança, que eu aprendesse a tocar piano. E logo eu, que sempre soube que não tinha talento para a música. Pelo contrário, a minha arte é outra. Construo melodias com as palavras e através delas recrio mundos. Vários. Não escrevo canções, nem poemas, mas também conto histórias, muitas histórias. Histórias de quem sente, de quem tem a vida à flor da pele e o desafio de se tornar alguém. 
Histórias que podiam ser a de qualquer um de nós, ou da nossa imaginação.
 
 
(Este excerto integra uma breve história que escrevi ("Memórias de um dia (in)esperado"). Uma história integralmente ficcionada. Em breve prometo algo "mais alegre"!)

 

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publicado às 20:51

Foi assim que eu descobri que o amava

por aesperaparavoar, em 23.07.15

A minha primeira impressão dele foi péssima e ele sabe, já nos rimos imenso à conta dessa história.

Depois disso apaixonei-me por ele. Sem querer, sem me aperceber, e só dei conta quando já não havia forma de voltar atrás. O amor tem destas coisas, dizem. Vai-se enraizando em nós e molda-nos com o seu jeito. Não são só palavras, nem gestos, às vezes resume-se tudo a olhares, sobretudo ao brilho que surge nos nossos olhos quando estamos com alguém que amamos. Foi assim que eu descobri que o amava.

E a seguir? Foi tudo uma lição.

A companhia dele sempre provocou em mim sentimentos muito controversos, mas, depois de tanto tempo, naquele dia eu percebi que a palavra "amizade" era demasiado limitada para o que sentia, para a forma como o via, como gostava de estar com ele, como os meus olhos brilhavam e as minhas gargalhadas soavam sempre que estávamos juntos. 

A verdade é que nunca me senti tão viva e tão segura de mim como naquela altura, altura também em que por entre risos, carinhos e brincadeiras foi surgindo algo de muito especial entre nós.

E nunca houve máscaras que me tirassem para fora de mim. Fui completamente eu, sem disfarces, sem inseguranças infundadas. E é tão bom quando pudemos ser nós sem o receio de sermos julgadas ou mal interpretadas. 

Não houve um pedido de namoro nem uma oficialização. Ele chegou e ficou, e foi ficando na minha vida e fazendo de mim uma mulher indiscutivelmente mais feliz. Durante muito tempo fui apenas uma mulher. Quase sempre lutadora, realizada e determinada nas suas vontades. Alguém que aprendeu a ser feliz sozinha primeiro, ainda que eu soubesse que havia um vazio guardado em mim, aquele que ele veio preencher.

 

 

(Este excerto foi retirado de uma breve história que escrevi ("Memórias de um dia (in)esperado"). Uma história integralmente ficcionada.)

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publicado às 09:16

Falemos de... #11 | Filmes

por aesperaparavoar, em 21.07.15

O tema de hoje do nosso "Falemos de..." daria (e dá!) "muito pano para mangas", sobretudo se o levasse para um sentido menos literal e o contextualizasse nos "filmes" que todos os dias fazemos na nossa cabeça e/ou que as nossas vidas dariam. Mas não, hoje vou falar-vos de filmes no sentido mais literal da palavra. 

Adoro ver filmes e séries, são uma espécie de vício, mas um vício com que por vezes se aprende muito. Tal como com os livros. Há filmes que nos marcam, há histórias que, mesmo sabendo nós que são ficcionadas, não nos deixam indiferentes. E há lições que aprendemos com essas histórias e que ficam connosco. 

No tempo de aulas nunca tenho muito tempo para ver televisão - muitas vezes vou espreitando as séries pelo computador - nem sequer filmes, por isso, a primeira coisa que fiz ontem, logo após o último exame foi sentar-me no sofá a ver um filme. 

Gosto imenso de vários tipos de filme, drama, romance, comédia, ação/aventura, policial, terror... enfim, desde que o filme seja realmente bom (sou um bocadinho crítica nos filmes!), tudo bem.

Depois de uns breves minutos de indecisão, encontrei nas gravações da SIC um filme que veio mesmo a calhar. Nicholas Sparks - "Um refúgio para a vida". 

Não sou leitora assídua de Nicholas Sparks, aliás, tenho apenas um livro dele. Já li mais uns dois ou três que me foram emprestando, mas nada mais. Apesar disso, gosto imenso dos filmes. "O diário da nossa paixão" e "A melodia do Adeus" são dois dos filmes inspirados nos livros dele que já tinha visto e de que gostei. 

Já tinha ouvido falar muito deste livro dele e ver o filme trouxe-me alguma vontade de o ler. Gosto de ler os livros depois de ver os filmes porque, na grande maioria das vezes, os livros superam os filmes em larga escala. Por isso, talvez seja a minha próxima leitura.

Entretanto, hoje de manhã, na fox movies (aquele canal sagrado...) encontrei um outro filme completamente diferente chamado "Pecado Capital" (Derailed, em inglês) com a Jennifer Aniston e o Clive Owen. No início parecia um bocadinho previsível e por momentos apeteceu-me desistir dele, mas, a certa altura a história deu uma grande volta e convenceu-me a ver até ao final. No fim, acaba por dar que pensar.

Nisto, já tenho mais alguns filmes em lista de espera para ver estas férias (e livros também, claro!).

Vou partilhando...

 

 
("Decidida a deixar o passado para trás, Katie (Julianne Hough) decide recomeçar uma nova vida em Southport, uma pequena cidade piscatória no estado de Carolina do Norte, EUA. Com o passar do tempo, e apesar de relutante em criar laços seja com quem for, ela acaba seduzida pela generosidade de Alex (Josh Duhamel), um jovem viúvo com dois filhos pequenos, que teima em manter-se por perto. Agora, com uma vida que parece ter tomado um novo rumo, ela sente-se feliz e cada vez mais ligada a Alex e às duas crianças. Porém, o passado obscuro que durante anos tentou esquecer parece ter voltado para a assombrar quando um homem misterioso chega à cidade, decidido a revelar segredos que vão alterar a opinião que todos têm sobre dela.")
 
   

 
("Quando perde o comboio que apanha todos os dias para ir para o trabalho, o publicitário Charles Schine (Clive Owen) repara em Lucinda Harris (Jennifer Aniston). Apesar de serem ambos casados, um dia a conversa transforma-se numa noite apaixonada. Mas, subitamente, aparece um estranho nas suas vidas que ameaça denunciá-los e os arrasta para um jogo perigoso e violento.")

 

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publicado às 15:10

Não esquecer

por aesperaparavoar, em 14.07.15

Boa noite!

Os últimos dias têm sido bastante agitados e por isso não tenho conseguido dedicar tanto tempo ao blogue como gostava, de qualquer maneira, para a semana explico toda esta ausência e terei mais tempo para poder publicar de forma mais regular. Até lá, lanço-vos um (outro) desafio. Este um pouco mais difícil e diferente.

Sejam felizes, sempre!

 

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publicado às 20:57

Alguns passos para ser feliz...

por aesperaparavoar, em 08.07.15

Ser feliz não tem uma receita ou um segredo em concreto. Cada pessoa tem a sua concepção de felicidade, que pode variar muito de umas pessoas para as outras. Isso não é mau, muito pelo contrário. É bom que existam pessoas diferentes, com sonhos e ambições distintos. A prósito disso, aquilo de que vos falo hoje é, acima de tudo, um apelo, uma motivação, para que sintam e percebam que a felicidade não é um horizonte longínquo e inalcansável, mas sim algo pelo qual é preciso lutar. (Sempre ouvi dizer que a única coisa que cai do céu é a chuva, não é verdade?!). Assim, deixo-vos aqui aquilo que, a meu ver, são alguns dos "degraus" que são precisos subir para chegarmos onde queremos.

O primeiro é sonhar. Ter sonhos é tão bom, mantém-nos vivos, dá-nos a garantia de que temos objetivos pelos quais lutar, estimula-nos.

O segundo passo é tão simples como acreditar que é possível. Quantas vezes o impossível é apenas uma barreira que nós - sim, nós mesmos - nos impomos por acharmos que não somos capazes?!

A terceira etapa é tentar. Tentar as vezes que forem necessárias. Se é o que realmente queremos e se nos faz bem, devemos sempre tentar, por mais difícil ou pouco provável que as coisas nos pareçam.

A próxima? Não desistir e ser persistente. É crucial para que concretizemos aquilo que pretendemos.

E tudo isto é lutar, caminhar em busca do que nos faz feliz, e ser felizes pelo caminho. Isto é viver, e é tão bom quando vivemos sem nos limitarmos apenas a existir.

 

 

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publicado às 14:34

Hoje li, por acaso, uma coisa muito simples que me fez divagar e se tornou "a deixa ideal" para o tema da nossa rubrica.

 

   

 

A verdade é que quanto falamos em sentimentos as coisas mudam de figura. É sempre difícil falar deles, para já não dizer que descrevê-los com palavras não é tarefa fácil. Cada pessoa tem a sua própria de sentir, de gostar, de expressar os seus sentimentos, ou então de os guardar para si. A meu ver as coisas não são tão lineares como refere a imagem, "se somos frios magoamos as pessoas, se somos sensíveis as pessoas magoam-nos a nós", mas não deixa de ter a sua quota parte de verdade. Creio que seja possível um meio termo, embora por vezes as pessoas tendam a fechar-se na sua concha e se inibam de se expressarem por medo de serem mal recebidas, de não serem aceites, de serem magoadas, outras vezes, esse receio traduz-se numa frieza que lhes serve de capa, uma máscara inflexível com a qual pretendem que as vejam como sendo fortes e capazes de ultrapassar tudo sem qualquer problema. Todos sabemos que não é bem assim. Acredito que todos temos capacidade de sentir e todos, em muitos momentos até, agimos por força daquilo que sentimos em detrimento do resto, e nem sempre isso é bom. É claro que devemos seguir o nosso coração e fazer as coisas com sentimento, mas há alturas em que os sentimentos nos motivam a ter atitudes impulsivas que tomamos e mais tarde nos arrependemos. É por isso que existe a razão. Efetivamente há momentos em que é preciso pensar mais com a razão e menos com o coração, e vice-versa também. É por isso que a vida não vem com um manual de instruções e tem dias em que tudo parece dar errado, porque não há fórmulas nem pessoas iguais, porque os sentimentos são vividos por cada um de uma forma muito diferente e expressados de muitos modos. É por isso que a vida é uma aventura e cada dia trás consigo o desafio de vivermos. 

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publicado às 18:17

(Des)conhecidos

por aesperaparavoar, em 05.07.15

Ele tinha nome, mas, toda a gente insistia em chamar-lhe outros que não o dele. Era louco, é verdade, contudo, ele também tinha sentimentos. Sentia, por vezes, muito mais do que demonstrava. 

Não era pessoa de se fiar ou de almejar criar ligações com alguém, mas, caminhava triunfante, por entre olhares de julgamento - aqueles a que já se havia habituado por fazerem parte da rotina -  com a convicção de estar a viver mais um dia.

Avistou então uma menina que passava perto de si e, na sua insanidade, aproveitou a ocasião e disse-lhe olá. Assim mesmo, sem meias medidas. Pobre coitado, estava delirante!

O seu "olá" entusiástico desarmou-a e desenhou-lhe um sorriso no rosto. Ela, uma menina-mulher com a segurança de quem - em verdade - era tudo menos confiante em si mesma, retorquiu-lhe o cumprimento. Tão simples, tão naturalmente como se adormece, sem rodeios que, pensava ela, não tinham que existir. E não. 

Ela não sabia, mas, naquele momento ele estava inquieto por descobrir mais sobre ela. E havia tanto dela que ninguém conhecia, coisas que por entre subterfúgios ela procurava não demonstrar. Não era medo, mas apenas uma proteção. Corou. Ele ainda ali estava, inerte, a olhá-la. 

Então, ela procurou-lhe se precisava de alguma coisa, se lhe queria falar ou se tencionava ficar ali a olhá-la. Não o disse com desdém, ao contrário dos outros que costumavam abordá-lo a ele com regularidade. 

Ele, de tão absorto, não respondeu. 

Nesse momento ela podia ter decidido ir-se embora. Não era mulher de meias-palavras, nunca o fora, nem sequer de situações pouco esclarecidas. Fugia delas. Estranho era, por isso, que ela continuasse ali, à espera do desenrolar de uma conversa que, por entre trejeitos, parecia não estar destinada a existir. Ou se calhar estava. E talvez fosse por isso que esperava, numa esperança disfarçada por detrás de uma postura serena.  

Olhou-o por duas vezes e preparou-se para falar. Não sabia o que dizer, mas, queria falar. Não o fez de imediato.
"Talvez possamos ir beber um café?" - disse, por fim, segundos depois. 
Arrependeu-se no mesmo instante em que falou. Atrevida, a miúda. 

Mas, ele estava tão encantado que o pasmo lhe roubou as palavras, e queria falar, mas, tudo o que pudesse dizer era pouco para descrever a alegria que a sua alma estava a sentir. 

Estavam ali os dois, há seguramente mais tempo do que perderiam com qualquer outra pessoa, mas nenhum deles sabia porquê.

Ela olhava-o à espera de algo, algo que podia não chegar e que nem ela sabia o que era. Esperava, só isso.
Ele, por sua vez, naquele desejo desenfreado de dizer alguma coisa, ficou calado. As palavras congelavam-se-lhe na língua.  E os pensamentos - no momento, puros desabafos do seu subconsciente desconcertado - descarrilavam-lhe as expressões. 
Não estava sério, talvez apenas apreensivo. Demorou a responder-lhe, não com palavras - essas tinham-se perdido nos pensamentos - mas antes com um ligeiro abanar de cabeça. 
Então ela, no embaraço de tentar desfazer todo aquele embargo, sorriu novamente. E o sorriso dela veio acalmar-lhe o espírito. Foi o suficiente para quebrar o gelo entre eles.
Além disso, o brilho dos olhos dela deu-lhe - a ele - a certeza de que era seguro arriscar falar. 
- Onde vamos beber esse café? -  aventurou-se, num impulso. E, naquele momento tão desajeitado, ele percebeu que estava atraído por ela.
E ela - alheia a isso - estava também. 

Começaram a caminhar sem um rumo definido. Os seus passos soavam a incerteza, mas isso era apenas um detalhe, uma minúcia no meio de toda a excitação que aquele encontro desencontrado os fazia sentir. 

Ela, uma mulher impulsiva e um tanto imprevisível, por entre aquilo que não dizia - que era muito menos do que pensava e muito mais do que dizia -  começava agora a mostrar-se. Tinha-o incentivado dando o primeiro passo, embora ele, no seu intrínseco, já fosse muito longe dali. 
Foram. Dois desconhecidos que já se conheciam melhor do que muitos outros seres que se apregoavam amigos, mas nem eles sabiam disso. 
O caminho ia-se trilhando a cada passo, e a certeza de não saberem onde iriam parar fê-los sentir um frenesim de quem tem adrenalina a correr-lhe nas veias e o coração a pulsar vigorosamente dentro do corpo. E, por entre toda aquela excitação - aprisionada dentro de cada um -, pareciam duas crianças pequenas, os palermas!
 

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publicado às 19:01

Ele & Ela

por aesperaparavoar, em 02.07.15

- Nunca pensei dizer isto assim, mas sei que já não consigo estar longe de ti sem sentir a tua falta. - foi assim que tudo começou, a história que eles escreveram depois não teve um final feliz, mas, ainda assim, serviu de lição para ambos.

Ela era uma miúda que não sabia nada sobre o amor, muito menos sobre relações amorosas. Nunca tinha tido um namorado. Nunca tinha beijado nenhum rapaz, nem fazia ideia da sensação que isso seria. 

Ao contrário dela, ele era um rapaz independente, muito mais experiente no que toca a relações e a tudo o que elas incluem, achava ela. Ele parecia tímido, mas não era.

Ter-se apaixonado por ele fê-la crescer um pouco e conhecer uma sensação que nunca antes tinha tido, pelo menos não daquela forma. Chamam-lhe "borboletas" na barriga. Ela sentia isso cada vez que o via, que estava com ele ou que pensava nele. Eles eram amigos, e ela sabia que nunca teria oportunidade de ser mais do que isso. Estava enganada. 

Ele começou a aproximar-se dela e ela deixou-se envolver. Os dias que se seguiram foram tão intensos e especiais que, por momentos, ela acreditou que estava a viver a fase mais feliz da sua vida. Ingénua, a miúda. Tão nova e com tanta vida pela frente. 

De facto, eles habituaram-se um ao outro, de tal maneira que os fins-de-semana longe custavam a passar e os momentos juntos pareciam sempre poucos. Estavam felizes, mas não era amor, pelo menos de ambas as partes.

 

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publicado às 15:12


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