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Desfecho do desafio "Pontas Soltas"

por aesperaparavoar, em 25.06.15

Pois é, depois de uma fase mais atribulada a nível pessoal (ou não tivesse sido esta uma época de exames escolares), cá estou eu para a conclusão do desafio que vos lancei, o "Pontas Soltas". E nada melhor para terminar um desafio do que com um outro desafio! Pois é, o meu desafio é "encaixar" os comentários de quem participou no desafio e torná-los num texto homogéneo. Agradeço, desde já, a todos os participantes, e espero que gostem (e concordem) com o resultado final (pronunciem-se!). Aqui vai ele...

Com o passar do tempo há pontas que vão ficando soltas, nas nossas vidas, na nossa cabeça, no nosso coração. E há vidas suspensas em nós, aquelas que deixámos por viver ao tomarmos decisões que nos mudaram o rumo. 

Há pontas que soltamos e das quais nos desprendemos. Por vezes é o melhor. Mas há também pontas que, embora soltas, continuam presas a nós por um fiozinho de nylon.

É um facto que, por vezes, para seguirmos o nosso caminho e darmos continuidade à nossa existência é necessário que façamos existir essas pontas soltas. E se nos desprendermos delas é porque o que realmente ficou para trás eram fragmentos, pedaços de algo que não nos fazia bem, que não nos completava de maneira nenhuma. Talvez até estivessem já a mais, ou pertencessem a um ser no qual já não nos reconhecemos e, por já não fazerem sentido é preciso fazermos uma espécie de "refresh". Contudo, se realmente ainda permanecemos agarrados a algumas dessas pontas é porque de facto há ainda qualquer coisa que faz com que isso valha a pena, nem que seja uma vírgula ínfima ou uma pequena esperança que restou. São pontas soltas que vão ficando e que nos convencem de que vale a pena que assim seja. Pontas que continuam presas a nós pelo tal fiozinho de nylon e que são aquelas que nunca se irão desprender da nossa vida. Porque apesar de distantes elas são muito importantes na nossa existência, na nossa vida e serão sempre enquanto existirmos porque de alguma forma contribuiram para o que somos e para a forma como olhamos o mundo que nos rodeia. Elas fazem parte da nossa essência, do nosso crescimento como seres humanos, da nossa bagagem. Então, embora soltas, estão sempre mais perto de nós do que imaginamos. E no nosso coração também.

Ao longo da nossa vida estamos em constante mudança, de vez em quando vamos ao passado respescar o que já não faz falta e que por isso reciclámos, substituindo por algo que num determinado momento nos fez mais sentido. Nisto, é preciso saber voltar ao presente e sabermo-nos resolver, seguir em frente, esteja a malha completa ou incompleta, lutando para que ela seja, tal como nós, um reflexo de um caminho bem trilhado.

Por vezes, associado aos fios soltos estão a arrogância, a hipocrisia e outros tantos adjectivos depreciativos que nos moldam e que vão tirando os fios da malha um por um, até que eles saem todos, a um ritmo tão cortante que nos imobiliza. A grande questão está em saber se vale a pena coser de volta esses fios ou não, ou  até mesmo saber reconhecer até que ponto existe remedeio para algo que se desintegrou. Será possível reconstituir algo de raíz e obter de volta aquilo que se perdeu? Não. Provavelmente não. E embora em muitos dos casos estes adjetivos sejam o escudo que usamos para nos proteger e não para magoar alguém ou nos sobrevalorizarmos perante os outros, fazem com que sejam arrancados, de forma violenta, fios que despontam tristezas de quem não conhece o passado ou a opinião de um pano cuja malha foi rompendo e deixando escapar pontas que fizeram com que fosse ficando diferente, instável, e distante do que foi e já não é, e que não reconhecemos. No fim, já não somos mais malha!

 

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publicado às 20:49


5 comentários

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De aesperaparavoar a 30.06.2015 às 16:08

Olá Joana, esta foi a primeira mensagem que li no dia do meu aniversário e, de certa forma, ainda bem! Percebi que tenho discernimento suficiente para ser capaz de relativizar certas situações, nomeadamente esta. Sempre referi que sou apologista das críticas, mas, quando elas são construtivas! Nas suas palavras leio a amargura de quem me quer pôr a baixo embora proclame e tente transparecer que só me está a querer abrir os olhos. Pois bem, tenho-os abertos. Sempre soube que sozinha não chego a lado nenhum e por isso tenho pessoas do meu lado, pessoas que me amam, ajudam e apoiam. Pessoas também que se foram cruzando comigo e ficando, escritores, jornalistas, pessoas que sabem e que me ensinam muito. A Joana fala como se conhecesse tudo sobre mim e da minha vida e, no fundo, o que sabe é uma ínfima parte dela. Ouvi-la dizer que eu sou agressiva nas minhas palavras só me dá mais certezas disso. É sempre mais fácil criticar os outros, é verdade. O meu conselho é que comece a olhar mais por si, e que tente resolver os seus mal entendidos consigo mesma, porque aquilo que leio são palavras de alguém que se sente tão frustrada ao ponto de ter necessidade de rebaixar outro alguém que, à partida, será o elo mais fraco, e não palavras de quem me quer ajudar ou contribuir para a minha evolução.
Com todo o respeito.
Ana Filipa.

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