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EDIÇÃO N.º 18 DO BOLETIM SEMESTRAL DA ESENFC "MEMO"

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EDIÇÃO 07-06-2015 DA REVISTA "NOTÍCIAS MAGAZINE"

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EDIÇÃO 11-04-2015 DO "DIÁRIO AS BEIRAS"

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EDIÇÃO 08-04-2015 DO "DIÁRIO DE COIMBRA"

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ENTREVISTA PARA A REVISTA LIVROS&LEITURAS 

ANA FILIPA BATISTA: DE GRANDES OBSTÁCULOS SE CONSTROEM GRANDES PESSOAS 

 

Ana Filipa Batista nasceu em Junho de 1998, em Coimbra, onde vive. Frequenta o 8º ano, no Colégio da Imaculada Conceição em Cernache. Despertou para a escrita com apenas onze anos de idade, quando em 2010 se estreou no blogue “Poesia a Brincar” onde publica amiúde textos em prosa e poesia. Diário de Filipa: Peças de um Puzzle, editado pela Lugar da Palavra, é a primeira obra desta auspiciosa autora, que pretende vir a ser médica. [Já alguma vez ouviram dizer que os opostos se atraem? E já alguma vez vos aconteceu "apaixonarem-se" pela pessoa com quem mais discutiram ao longo da vossa vida? Ou por aquele que mostrou ser o vosso maior adversário? Pois, se não vos aconteceu, preparem-se, porque pode acontecer a qualquer momento… e eu que o diga! Estou a ultrapassar umas das fases mais críticas da minha existência, a pré-adolescência! Quando coloquei a hipótese de receber mesada, aquilo que me propuseram foi para lá de somítico: dois euros. Já imaginaram tamanha calamidade? Dois euros!]. Inspirado nos dramas, aventuras e desventuras da pré-adolescência, segundo a crítica, Diário de Filipa: Peças de um Puzzle “é um livro simplesmente arrebatador”.
 
 
Livros & Leituras ─ Não é muito comum alguém tão jovem interessar-se por literatura e, principalmente, ter tamanha maturidade naquilo que escreve. No seu entender, a que se deve tudo isso?
Ana Filipa Batista ─ Julgo que o interesse pela literatura surgiu numa fase da escola em que os livros e a leitura eram essenciais. Lendo, descobri um conjunto de novos horizontes e entrei em muitas histórias e universos, uns paralelos ao nosso, outros absolutamente diferentes e desafiantes. As composições escolares exigiam cada vez mais de mim. Achava-me sem imaginação, daí o facto de ter começado a ler tanto. Foi como uma fonte de inspiração. Na sequência disto, e de uma forma muito espontânea, surge um interesse quase súbito pela escrita. Os livros que li, e que continuo a ler, são cruciais para o meu crescimento pessoal e social e também para os meus textos.
 
L&L ─ Diário de Filipa: Peças de um Puzzle é um testemunho na primeira pessoa de todos os acontecimentos que têm marcado a sua quase adolescência. Foi fácil partilhar estas vivências, muitas delas íntimas e pessoais, com os leitores?
AFB ─ Este livro foi um projecto a longo prazo e em que investi muito de mim. Ver-me, pela primeira vez, a escrever algo no decurso de tanto tempo trouxe-me algumas dúvidas e várias vezes me questionei sobre o resultado que “aquilo” teria. A Filipa, personagem principal do livro, é uma pré-adolescente de 12 anos que fala abertamente de alguns dos seus receios, das suas dúvidas e que dá a conhecer, ao longo de aproximadamente seis meses, todo um quotidiano muito variado, abordando assim diversificadíssimos temas, uns mais comuns do que outros. Enquanto escrevia, relembrei muito da minha infância (ainda fresca) e muitas peripécias de quando era pequena. A Filipa resulta de uma fusão de várias vidas e pessoas numa só. Acaba por ser o produto da minha vida e de quem me é próximo e, através dela, vou falando sobre temas que julgo serem muito comuns nesta idade, não só para as meninas, mas para os adolescentes no geral. Partilhar tudo isso com o leitor foi uma sensação óptima, é bom partilhar experiências, conhecimentos, dúvidas e até medos… em parte, ajuda-nos a lidar com eles.
 
L&L ─ Acha que o sucesso do seu livro se deve aos jovens que se identificam consigo e com as situações que vai vivendo no dia-a-dia ou, paradoxalmente, aos pais que o lêem para melhor entender os dramas dos próprios filhos?
AFB ─ Para ser sincera, acho que este é um livro que se adapta muito bem a todas as faixas etárias, para os mais novos transmite uma ideia de partilha, de emoções e de compreensão do que eventualmente possam estar a sentir nesta fase das suas vidas. Para os adultos acaba por ser bom para relembrarem alguns aspectos da sua meninice. Não funciona como um manual de instruções para os pais, porque cada um tem a sua forma de amar e de educar, contudo, tem também o intuito de os ajudar a entender alguns dos actos, questões e dificuldades dos filhos. Pelo que tenho visto e ouvido, sei de muita gente que já leu o livro e se identificou com a Filipa e gostou de a conhecer e isso é muito gratificante para mim.
 
L&L ─ Quando se edita pela primeira vez, existem muitos sonhos e criam-se inúmeras expectativas. Crê que foram alcançadas?
AFB ─ Editar pela primeira vez não é nada fácil, principalmente para mim, que estou na fase das incertezas e da insegurança. O mais difícil foi a procura de uma editora que eu achasse que era capaz de fazer um bom trabalho com o meu projecto e que simultaneamente aceitasse trabalhar comigo. Tive algumas propostas, umas melhores do que outras, mas quando finalmente me decidi, foi um sentimento de desejo concretizado. As minhas metas não estavam muito elevadas, estava ansiosa por ter o feedback dos leitores e por saber como iria ser a reacção dos que me são próximos. O maior sonho era que o livro fosse bem aceite e que todas as experiências que ele me trouxesse me fizessem evoluir e aprender mais. Esses sonhos e metas foram, sem dúvida, alcançados e creio que sendo alguém totalmente desconhecido das pessoas, o livro foi muito bem aceite.
 
L&L ─ Tem tido a atenção dos jornais e esteve presente em vários programas de televisão. Para conquistar os leitores é importante ser uma boa comunicadora?
AFB ─ Sim, sem dúvida. A maior parte dos leitores é influenciado pelo que ouve dizer ou pelo que nós damos a conhecer através dos meios de comunicação. Gosto de comunicar e de ser simpática para as pessoas. Acho que é importante darmo-nos a conhecer, bem como à obra, porque só assim podemos despertar a curiosidade de alguém para depois ir até a uma livraria, comprar o livro e lê-lo. É todo um processo que, caso o leitor não esteja mesmo entusiasmado, pode não resultar. Despertar o interesse de alguém, ter o dom de surpreender as pessoas com palavras e saber aplicar os termos e as expressões certas nas alturas convenientes é deveras importante.
 
L&L ─ Que ensinamentos retirou dessas experiências?
AFB ─ Estaria a mentir se dissesse que todo este encadeamento de experiencias foi algo banal na minha vida. Aprendi muito com tudo isto, principalmente a nível psicológico, a saber gerir melhor certos factos e a encarar as coisas com calma e a devida importância. Iniciou-se um novo ciclo, senti que este projecto me enriqueceu bastante e, além disso, me fez chegar a pessoas espectaculares que, de outra forma, jamais teria oportunidade de conhecer. Percebi também que a confiança em nós próprios é fundamental para se desenvolver um bom trabalho e que apesar de todos os sacrifícios, valeu a pena lutar. Hoje é um privilégio ver o meu livro espalhado pelas diversas livrarias nacionais e saber que muita gente já teve oportunidade de o ler. Foi sem dúvida um dos acontecimentos mais marcantes e gratificantes da minha vida e que vai ficar gravado para sempre.
 
L&L ─ Para além de prosa, escreve poesia. Que significado tem para si a poesia e em que momentos se sente mais predisposta a escrevê-la?
AFB ─ Quando comecei a escrever, foi precisamente poesia. A poesia é, mais do que tudo, uma forma sublime de expressar sentimentos e, por vezes, um óptimo desabafo. Há dias em que me sinto especialmente inspirada para escrever poesia, há outros em que as ideias não estão tão organizadas e nesses dias prefiro abster-me da poesia. No entanto, a poesia é algo importante para mim e que gosto de partilhar com os outros, principalmente através do meu blogue “Poesia a Brincar”, visitado por pessoas de mais de 23 países (como é o caso, entre outros, do Brasil, Estados Unidos da América, Bélgica, Suíça, Holanda e, claro, Portugal). É algo que me deixa muito orgulhosa de mim e do trabalho que tenho vindo a desenvolver nesta área.
 
L&L ─ Quais os escritores que mais admira?
AFB ─ Sou uma leitora bastante diversificada e gosto de ler novos escritores. Quanto a escritores portugueses, leio muitos, mas aquela que mais me fascina é Maria Teresa Maia Gonzalez, que já tive oportunidade de conhecer pessoalmente. A nível internacional, são muitos os escritores que despertam os meus elogios: Lesley Pearse, Nora Roberts, Patrick Rothfuss e Daniel Glattauer.
 
L&L ─ Ambiciona cursar medicina. Seguirá, portanto, uma carreira ligada às ciências. O que estimula a sua veia literária, já que é uma área mais associada às artes e à subjectividade?
AFB ─ O que mais me estimula para a literatura é o gosto pelas letras, o impacto que uma simples palavra pode ter numa história ou num poema. É algo mágico que eu gosto de sentir. Jamais seria capaz de me dedicar por inteiro à escrita, apesar de ainda ser muito nova, sei que não teria capacidade para fazer da escrita a minha profissão. A medicina é outra área com a qual me identifico bastante, talvez pelo gosto de cuidar das pessoas o melhor que sei e de saber que lhes posso ser útil. Contudo, não ponho de parte a literatura nem a comunicação que são duas áreas que eu adoro explorar e vivenciar.
 
L&L ─ Fale-nos dos projectos que tem para novos livros.
AFB ─ Neste momento é-me complicado falar de planos para o futuro, porque estou empenhada especialmente com a escola. No entanto, já iniciei um novo projecto, chama-se Onde está o amor? e é um romance. Pretende, acima de tudo, desafiar a imaginação do leitor e despertar-lhe sentimentos. Por último, provar que todos temos amor para dar e todos precisamos de o receber, mas que, por vezes, a vida leva-nos por caminhos ocultos e torna-nos pessoas frias. A história vai-se formando pouco a pouco, apesar de ter uma ideia base, as personagens vão surgindo, estou a deixar as ideias fluírem. Este é um projecto a longo prazo, neste momento quero dedicar-me a 100% à escola, aos amigos, à família e ao primeiro livro. Deixar de escrever não está, de todo, nos meus planos.
 
L&L ─ Que sugestões daria a um futuro escritor?
AFB ─ Ainda não me vejo como uma escritora, sou principiante nesta área. Porém, aconselho a todos, quer queiram ser escritores, médicos ou qualquer outra coisa, que persistam e que lutem pelos seus sonhos, que não desistam de alcançar as suas metas, que, no fundo, não desistam da felicidade. Nesta área em concreto, ler é fundamental e depois escrever, desafiar o destino e tentar sempre chegar mais longe no horizonte porque o horizonte não é um fim, mas sim um infinito, uma continuação. Ter a coragem de arriscar e confiança em si próprio é imprescindível. De grandes obstáculos se constroem grandes pessoas… a escrita é isso mesmo, viver o fácil, o difícil, o possível e o imaginário, mas primeiro que tudo, ser feliz.

In "Livros & Leituras", 19-01-2012
 
 

 

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