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Um dia todos nós somos obrigados a sair do casulo e a arriscar um primeiro voo.
Sou uma borboleta. Não tenho asas, mas, tenho sonhos. E os meus sonhos são asas que me faltam para voar. É neles que me apoio, são eles que me lançam nos meus voos. Voar sem asas não é fácil, mas, termos um sonho e quererermos muito concretizá-lo torna-nos capazes de o fazer. Basta querer, e acreditar. Arriscar sem receio de cair. Ir. Voar. Sair do casulo que por vezes nos aprisiona.
Sou uma borbeleta. Aos poucos vou voando para longe, dos medos, das inseguranças, das incertezas, e vou chegando cada vez mais perto de lugares que, julgo eu, todas as borboletas deveriam poder conhecer.
Sou uma borboleta. Tenho em mim as paisagens mais belas, mas também outras menos bonitas. As paisagens mais tristes tornam-me mais resistente e motivam-me a ter fôlego para voar para outros sítios, mais calmos, mais coloridos, mais encantados.
Sou uma borboleta. Não gosto que me prendam, que me impeçam de voar. Sou filha do mundo e pertenço-lhe. Tirando isso, não sou de ninguém. Gosto da liberdade que a vida me concedeu.
Sou uma borboleta. Não tenho asas, mas, tenho força para lutar e persistência para não desistir. A vida ensinou-me que as nossas faltas se compensam com muito esforço e que esse esforço acaba sempre por nos encaminhar para o lugar onde tanto queremos chegar.
Sou uma borboleta. Não tenho asas, mas, mesmo assim, eu sei que sou capaz de voar.
Na passada quinta-feira tive oportunidade de ser entrevistada para uma das rubricas da revista Notícias Magazine cujo nome é "Pessoas Extraordinárias". A revista Notícias Magazine (que podem conhecer através do seu site, aqui.) é uma revista semanal que acompanha os jornais Diário de Notícias (DN) e Jornal de Notícias (JN), ambos com uma tiragem a nível nacional.
A entrevista decorreu no CAIC (Colégio da Imaculada Conceição), local onde estudo, e aconteceu de forma muito espontânea. A Carina Fonseca, a jornalista responsável pela entrevista, era extremamente simpática e deixou-me completamente à vontade desde o início. O fotógrafo que se encarregou de tirar as fotos que irão acompanhar a entrevista era também muito simpático - e paciente. Foi, acima de tudo, uma manhã dedicada a falar de algo que me preenche e me apaixona - a escrita, e a recordar todo o meu percurso.
Para já ainda não posso garantir quando sairá, mas é, com toda a certeza, uma das entrevistas que poderão ler numa das próximas edições da revista.
A comunicação - através da escrita ou da oralidade - é algo que me apaixona e me cativa. A força das palavras é algo impressionante, e que vivo intensamente. É de mim, sou assim.
A semana passada fui convidada para participar num trabalho para avaliação de duas alunas da faculdade que estudam comunicação, mais concretamente jornalismo. Pediram-me para gravarmos uma entrevista tal e qual como se estivéssemos numa rádio "a sério". Aceitei de imediato, claro.
O resultado final está aqui!
Este é um post que já andava para partilhar à algum tempo. Na vida cruzamo-nos com muitas pessoas, óbviamente identificamo-nos mais com umas do que com outras, ou não fossemos todos diferentes. A questão dos afetos é, muito provalvelmente, a mais delicada de todas. Mesmo sem nos apercebermos muitas das coisas que fazemos e especialmente como as fazemos partem da forma como as vemos e dos sentimentos que elas despertam em nós. Desde que nascemos que estamos (ou assim é comum) rodeados de pessoas. Começamos por conhecer uma família e, logo aí, existem familiares com quem temos mais afinidade do que outros. Costumo dizer que há familiares que o são sem nunca o terem sido. Mesmo dentro de uma família há pessoas tão distantes de nós, algumas que só vemos de ano a ano ou outras que vemos de vez em quando e quase que agimos como se nos fossem desconhecidas, tal é a falta de confiança e de laços entre nós. À parte da família, temos depois outras pessoas. Costumo dividi-las em três grupos: os amigos, os conhecidos e os desconhecidos (necessáriamente por esta ordem). Quando eu era pequenina e andava na escola primária eu achava que tinha imensos amigos - talvez na altura até tivesse - e que iríamos todos dar-nos bem para sempre. Com o passar dos anos aprendi que nem todos aqueles que conhecemos são efetivamente nossos amigos. Acho que o conceito de amizade fica muito mais nítido quando começamos a crescer e a perceber que há pessoas que só estão connosco por rotina, e não por gostarem de nós ou se preocuparem connosco, aliás, com algumas delas a situação é exatamente o oposto.
Um amigo é mais do que um colega que está todos os dias connosco no mesmo espaço e com quem de vez em quando até temos uma conversa mais ou menos superficial. Um amigo é alguém que está connosco nos bons e nos maus momentos, que nos conhece, nos aceita e nos respeita, e em quem sabemos que podemos confiar. Um amigo não precisa de estar connosco todos os dias, a toda a hora, pois há muitas formas de estar presente sem ser preciso estar todos os dias com uma pessoa. E tudo isto faz a diferença. Um amigos preocupa-se connosco e repreende-nos se tivermos errados. Caminha connosco, gosta de nós.
Desistir é uma palavra feia. Eliminei-a do meu dicionário desde que comecei a perceber que a verdeira força está dentro de nós e na forma como encaramos a vida, as decisões, as pessoas à nossa volta. A vida é um jogo complexo que exige, acima de tudo, ser jogado, que é como quem diz, a vida exige ser vivida. Viver é muito mais do que existir, respirar, comer, dormir, enfim, muito mais do que rotinas ou uma sucessão de dias que surgem uns depois dos outros. Viver implica enfrentar medos, ultrapassar desafios, sentir a adrenalina e o friozinho na barriga por se correrem riscos. É isso, viver também implica riscos, ou não fosse o facto de tudo aquilo que fazemos ter consequências. A vida dá-nos espaço para nos colocarmos à prova e para nos superarmos. A inconstância da vida dá margem a que possamos aprender à custa dos nossos erros e até para que, por vezes, tentemos de novo (e voltemos a tentar até conseguirmos). E algumas coisas podem demorar muito tempo a acontecer, mas, acredito que se não desistirmos delas elas podem realmente realizar-se. Já tive provas disso. Tenho ainda muitas metas para cumprir (felizmente!) e, no que depender de mim, desistir não será uma opção. Um passinho de cada vez, sem demasiadas pressas, mas sempre com a certeza de que um dia hei-de lá chegar. O caminho não é fácil, mas sei que também nunca será em vão.
"Vi-o chegar de rompante, sem quaisquer advertências. Um telefonema ficar-lhe-ia muito fora do orçamento, por certo.
Olhei-o fixamente com os olhos esbugalhados e o coração apertado. É estranho, e ao mesmo tempo impressionante, como o tempo muda as pessoas (ou antes, como pessoas mudam com o passar do tempo).
Observei-o a vir na minha direção e senti vontade de correr até ele. Não me mexi. Fiquei intacta a vê-lo vir, de malas em punho como se tivesse vindo para ficar. Será que vinha, desta vez?
Quando ele decidiu deixar-me ficaram alguns assuntos pendentes entre nós, inclusivé algumas perguntas por fazer. Talvez as respostas tenham chegado em silêncio.
Continuei imóvel. Os meus pensamentos vaguearam entre o passado e o facto de ele ter, aparentemente, voltado.
Ainda havia cólera dentro de mim e eu sabia-o perfeitamente. Magoá-mo-nos muito um ao outro, mas, ainda assim, amava-o. Estava consciente disso desde que lhe tinha escrito e não obtive resposta. Será esta a sua?"
Se gostarem talvez partilhe um pouco mais.)
Na passada terça-feira à tarde decorreu a 9ª edição do CNL (Concurso Nacional de Leitura) - “o maior evento de promoção da leitura dirigido aos adolescentes do nosso país” (para alunos de 3º cliclo e Secundário).
Esta foi a 4ª vez que participei. Da primeira vez que concorri, em 2012, ganhei a fase distrital na Figueira da Foz e fui representar Coimbra na fase nacional em Lisboa, nos Estúdios Valentim de Carvalho - RTP.
Defendo plenamente este tipo de eventos, até porque são sempre uma oportunidade de partilha e de convívio. Este ano a fase distrital decorreu na Biblioteca Municipal Afonso Duarte em Montemor-o-Velho e foi, como de costume, um tarde bem passada. Reencontrei pessoas que já conhecia de outros anos e algumas amigas de outras escolas. A prova não era difícil, contudo, há sempre alguns pormenores que nos passam um pouco despercebidos aquando da leitura de um livro. A propósito, o livro escolhido para a realização da prova foi, para o Secundário, Somos todos um bocado ciganos de Manuel Jorge Marmelo. Nisto dei ainda uma pequena entrevista à RTP a propósito do concurso. (Ainda não consegui perceber para que programa era a entrevista e portanto ainda não consigo partilhar com vocês as imagens.)
Desta vez não consegui tirar muitas fotografias, mas aqui ficam as possíveis.