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Um dia todos nós somos obrigados a sair do casulo e a arriscar um primeiro voo.
Não te esqueças nunca de ti, de quem és e do que queres (para ti). Do que tens dentro de ti, dentro do teu coração. Da bagagem que trazes guardada, dos caminhos que já percorreste, das histórias, dos momentos, dos abraços, das vitórias que festejaste com alegria e das derrotas que te tornaram mais forte. Não te esqueças de que está nas tuas mãos decidir o rumo a seguir. E mesmo com os imprevistos da vida, és sempre tu quem tem de tomar uma atitude. Cuida de ti. Com o amor e o carinho que mereces. Dá uma oportunidade a ti mesma, não sejas a primeira a julgar-te e a deixar de ter esperança em ti. Faz as pazes com a vida. Permite-te estar em paz contigo e com o que te rodeia. Não deixes morrer a tua essência, o brilho do teu olhar e o sorriso que tão bem te caracteriza. Não baixes os braços. Não percas a fé. Tu mereces isso, mereces coisas boas e pessoas que te queiram bem, mas, mais do que ninguém, tu tens de querer o teu bem, e tens de ser a primeira a pôr de parte os pensamentos negativos que te puxam para baixo e os sentimentos menos felizes que por vezes te assombram e te fazem duvidar de ti e daquilo que és capaz. Acredita, tens de ser tu a primeira a querer ser feliz e a lutar por isso, tens de ir, mesmo que por vezes aches que não vais conseguir. Não duvides nunca que tens em ti todas as forças do mundo e que se quiseres mesmo, és capaz, mas tens de te atrever a tentar, a ir, a procurar aquilo que te preenche, que te faz sorrir e sentir viva. Tu deves isso a ti mesma, porque TU mereces o melhor.
E mesmo quando a vida parece não te sorrir de volta, não baixes os braços. Mostra a tua garra, a força que tens em ti. Confia. Ergue a cabeça e mantém-te firme. Segue, com coragem e com esperança. Com determinação. Reinventa-te. Luta. E sempre que possível, descomplica. Todos os dias tens uma nova oportunidade para seres feliz. Não a desperdices.
Já estou bem, já me lembro de quase tudo. Preciso de um abraço. Só isso, de um abraço. E de tranquilidade.
Já sei quem sou. Reconheci-me. Na minha cabeça compôs-se um tapete de recordações e veio-me à memória a avó Estela, a carta com que me despedi quando vim para França e o caminho que percorri para cá chegar. “Sou louca”, pensei. Duvido do caminho que escolhi, mas não me vale de nada. Quero levantar-me, mas o meu corpo rejeita. Examino tudo à minha volta na tentativa de encontrar alguma coisa que me tenha escapado e que me ajude a sair deste sítio tão pouco acolhedor, e só paro quando me apercebo da presença de uma campainha ao meu lado, para chamar a enfermeira. Pressiono o botão com toda a força que tenho, não é muita. Pressiono uma vez, duas, três, até que me canso e decido chamá-la.
– Por favor, enfermeira! – A voz sai-me falhada e sinto inutilidade nas minhas palavras.
Espero, que mais posso eu fazer?