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Um dia todos nós somos obrigados a sair do casulo e a arriscar um primeiro voo.
"Vi-o chegar de rompante, sem quaisquer advertências. Um telefonema ficar-lhe-ia muito fora do orçamento, por certo.
Olhei-o fixamente com os olhos esbugalhados e o coração apertado. É estranho, e ao mesmo tempo impressionante, como o tempo muda as pessoas (ou antes, como pessoas mudam com o passar do tempo).
Observei-o a vir na minha direção e senti vontade de correr até ele. Não me mexi. Fiquei intacta a vê-lo vir, de malas em punho como se tivesse vindo para ficar. Será que vinha, desta vez?
Quando ele decidiu deixar-me ficaram alguns assuntos pendentes entre nós, inclusivé algumas perguntas por fazer. Talvez as respostas tenham chegado em silêncio.
Continuei imóvel. Os meus pensamentos vaguearam entre o passado e o facto de ele ter, aparentemente, voltado.
Ainda havia cólera dentro de mim e eu sabia-o perfeitamente. Magoá-mo-nos muito um ao outro, mas, ainda assim, amava-o. Estava consciente disso desde que lhe tinha escrito e não obtive resposta. Será esta a sua?"
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