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Um dia todos nós somos obrigados a sair do casulo e a arriscar um primeiro voo.
Fui muito querida no sítio onde nasci que, em rigor, é o mesmo onde cresci. Tenho um sorriso fácil, sempre tive. Se olhar para trás, sorrio. Passou tudo tão rápido. As lembranças chegam, um pouco fragmentadas, mas chegam. E são esses fragmentos impetuosos do meu passado que me despertam mais emoções. Não sabia o que era estar apaixonada. Acho que nunca me tinha apaixonado a sério. Não me sinto estúpida ao dizê-lo. O Fréderic foi a primeira pessoa que despertou em mim um sentimento verdadeiramente diferente, ímpar. Talvez a forma inesperada como nos conhecemos tenha contribuído, ainda que provavelmente tenha sido a maneira dócil como me tratou depois disso o contributo principal para me ter apaixonado por ele. Sempre tão carinhoso, tão prestável. Acho que era disso que eu estava a precisar, de carinho. Não me apaixonei, fui-me apaixonando, de dia para dia, mas não queria assumir. Pareceu tudo tão leviano, mas o facto é que as coisas foram acontecendo. Conversei muito com ele sobre mim, ele confessou-me várias coisas sobre ele, mas sempre com algumas reservas. Acho que era esse mistério que me cativava verdadeiramente nele. E o mais fascinante é que no meio de tudo, eu achava que ele me amava, mais ainda, eu sentia-me amada por ele.