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Um dia todos nós somos obrigados a sair do casulo e a arriscar um primeiro voo.
Era ingénua e pequenina. Quase sempre sorridente, e traquina. Tinha histórias para contar, daquelas em que os bons, ao contrário dos maus, acabam sempre felizes, e outras, em que as personagens nem sequer eram pessoas. Achava eu que conhecia o mundo, encantada com a ideia de que o mundo era a aldeia onde nasci e vivi até ao dia em que a vida me empurrou noutro caminho.
Tinha sonhos. Tantos sonhos. E hoje, sou ainda uma sonhadora.
A vida trouxe-me e eu vim, sem saber nada dela ou do que me esperava. Vim a caminhar, um passinho de cada vez, embora por vezes a ansiedade me fizesse querer dar dois de uma vez só. Não vim sempre pelos caminhos mais rápidos ou pelos mais óbvios e nisso, encontro a criança que fui. A menina cresceu e virou mulher, mas, o passado não se apagou, ele acompanha-nos, umas vezes apenas empacotado nas nossas memórias, outras mais presente, mas vem connosco, mantendo em nós um pouco da essência que sempre foi nossa.
É bom, e ao mesmo tempo estranho, ver como nós crescemos e vivemos depois disso. É tudo tão diferente, tão mais complexo e exigente. Um verdadeiro desafio, onde todos os dias são uma oportunidade, e vivo cada uma com a alegria de saber que, se hoje não correr como eu quero, amanhã posso voltar a tentar. E tento sempre, quanto mais não seja porque sou teimosa. Sempre fui.